sexta-feira, 24 de junho de 2011

Radish

Radish, vivemos intensamente já uns cinco anos, meu pequeno, que me conhece até pelo olhar, pelo tom da minha voz, conhece meus sentimentos e adivinha-os. É companheiro, defensor e “melhor amigo”. De um temperamento amigável, deixa em cada um sua marca indelével de afabilidade e encanto. Quando estou com raiva, procura mesmo assim manter contato comigo, buscando alguma peça minha, fica a cheirá-la ou dormindo sobre o meu chinelo a expressar seu amor...
Quando estou em casa está sempre perto de mim, a todo instante, entende quase tudo que digo, ele tem saudades, ele amua, ele exige afeto, ele tem depressões, etc.

Houve um tempo que seu irmão Samir absorveu e foi afetado pelo clima emocional da casa, e mostrava isso roendo as minhas sandálias, mas felizmente Radish não passou por isso; também hoje, já são águas passadas para o Samir.

Eu sei que ele não é uma pessoa, mas também sei que não é "nada". É um ser que está comigo nesta aventura de descoberta que é a Vida, embora talvez num estágio mais primitivo. E, embora menos racional que o Homem, é sem dúvida um animal relacional, com o qual posso estabelecer relações afetivas, pois temos muitos pontos em comum.

A distância que nos separa é tão grande quanto a distância que existe entre duas espécies animais, mas entre estas duas espécies construíu-se uma ponte muito curiosa: AMOR.

O cão é o único animal doméstico que, ao longo da evolução, se aproximou do Homem não em termos de caçador-caçado, mas por uma associação natural entre dois seres que partilhavam as mesmas presas e os mesmos terrenos de caça. Pouco a pouco o cão foi-se "aproximando dos nômades primitivos, e desenvolveu uma função importante na caça, e recebeu no fim o seu quinhão". Eventualmente, na noite dos tempos, "o cão aqueceu o Homem e o Homem passou-lhe a mão na cabeça", tornando-se os melhores amigos.
 (20Jan2009)

Um comentário:

  1. vetchico - 23Jan2009 - 22:21hs
    Daí ter sido classificado, entre outros motivos, como "Canis familiaris"... no mais, acho que o abismo entre o homem e todos os animais, na verdade, é derivado da falta de olharmos pouco nos olhos deles... Como diz o ditado, eles espelham a alma, e entendedo a alma não se precisa falar mais nada!
    Um abraço,
    Antonio Carlos.

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