"Preciso despir-me do que aprendi.
Desencaixotar minhas emoções verdadeiras.
Desembrulhar-me e ser eu!
Uma aprendizagem de desaprendisagem..."
Alberto Caeiro
terça-feira, 28 de junho de 2011
Pinte a Vida com o Seu Sentimento
As cores, Deus as inventou quando menino,
por certo.
E brincava com elas com a mesma paixão e sem
cerimônia de quem, um dia, ainda faria tudo o que existe.
Misturando umas às outras e esparramando-as pelo
firmamento, punha-se a imaginar planícies e
bichos, montanhas e mar, passarinhos e canções, poentes e pirulitos.
Às vezes, quando não saia a correr com as luzes
pelo infinito, passava manhãs inteiras, fechado,
em silêncio, em seu universo, a encher-se de luz,
a cada nova cor que descobria.
Ora lhe pareciam solenes como deveriam ser as
florestas, ora preciosas como desejava pérolas e
joaninhas.
Mas o que mais o encantava nas cores era o fato
de serem cores simplesmente e, todavia,
brincarem com seus olhos, darem asas a seus
sonhos e povoarem sua alma de sentimentos.
Se um dia criasse o mundo, ele pensava, haveria
de dar-lhe cores.
E se houvessem pessoas nesse mundo, haveria de
dar a elas a capacidade de perceberem, nas
cores, a mesma magia que ele testemunhava.
Percebê-las significaria terem as cores dentro
delas: almas coloridas, corações de aquarela.
Assim saberiam reconhecer na própria vida toda
maravilha que ela encerra.
Outra vez, como num sonho, teve uma visão de
arco-íris.
As próprias pessoas teriam o dom
de serem cores.
E de alegrarem-se umas às outras,
de encantarem-se umas às outras,
de amarem-se em gestos de luz.
A felicidade seria a tradução desse desejo.
Ah como ele gostaria de ver, um dia,
todas as pessoas felizes.
Haveria cor em profusão,
luzes em toda a terra,
nunca mais a escuridão.
Assim seja menino.
Autor(a) Texto: José Oliva
(17Abr2009)
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